terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Em dia de greve

Comecei por fazer a viagem que me leva para longe da minha casa. Deixei para trás os amigos, a família, os locais que costumo frequentar... Algo que faço, mais ou menos, de duas em duas semanas. Custa. Mas tem de ser. O local de trabalho fica a muitos quilómetros e se não trabalho, não há pão na mesa, nem conta dias de serviço...
O comboio estava repleto daquela gente que às vezes me causa espécie. Um puto chatérrimo que corria de um lado para o outro a bater com os pés, batia nas cadeiras, era eléctrico e tinha uma avó que ameaçava, ameaçava e dps n fazia nada. Um rouxinol loiro com as raízes com 10 cm negras, que tentava arranhar uns hits que nem dava para perceber direito qual era a música. Duas sinhoras que não sabiam bem se se comprava o bilhete dentro ou fora do comboio e que num dos sacos transportavam uma galinha. Felizmente, quase não me apercebi destas coisas pois passei quase toda a viagem a dormir. Como seria de esperar, dormir no comboio tem um belo de um resultado, dor de pescoço.

Chuva! O carro ficou suficientemente longe da estação para eu ficar como um pintainho. Ouvir aquelas bátegas de chuva contra o pára-brisas. Dirigir-me à escola só para ver como paravam as modas da greve e poder dizer: Quem? Eu? Trabalhar? Não! Eu estou em greve!

Alguma chuva fria depois na minha cabeça e cheguei à tabacaria. Tive a ver e a escolher postais para a colecção da AB. Já há algum tempo que tinha ficado de o fazer...

Voltei á escola. Fui à PCE esclarecer a minha situação. Tentar, pelo menos. A pergunta está feita. Falta a resposta. Daqui a uma semana estou desempregado. Claro que me causa ansiedade. Os horários na contratação de escola não têm abundado. Espero que estejam todos à espera que eu acabe este contrato. Vida desgraçada!
Dei uma trabalhadela muito rápida. Telefonar a uma mãe da minha Direcção de Turma não é furar a greve. É responsabilidade. Era um assunto para amanhã.
Saí da escola. Lembrei-me da pilha de testes que tinha no carro para corrigir. Já tinham feito quase 800 km no fim de semana para eu não os tirar do saco. Mais umas horas de espera não lhes faria muito mal.
Fui à praia. Em dias de chuva o mar fica revolto, cheio de força e fúria como se tudo quisesse destruir. Quando lá cheguei, a chuva havia parado. Estava um Sol acanhado que ainda tornava o quadro mais perfeito do que tinha imaginado. Andei pela areia quase uma hora. Soube-me tão bem o tempo só para mim. Ver a luta entre a água e a areia. É deveras impressionante. O tempo voltou a azedar. Os meus óculos começaram a embaciar. O vento fazia-se sentir e o meu casaco já de pouco servia. Estava na hora de abandonar a praia. Quando subia as escadas, a chuva voltou a aparecer. Mais uma vez em força.

Obrigações. Tive de passar o resto do dia em casas da especialidade da informática. Comparar preços, tamanhos, marcas, capacidade... quase me estragava o dia. Demorou mt mais do que esperava. Voltei para casa tarde. Um dos de cá de casa mandou mensagem a dizer que n jantava. Não há nada para comer. E eu que estive no shopping... Esperei pelo outro. Optamos pelos ovos e arroz. Jantamos tarde e a más horas. Lavamos e arrumámos a loiça. Sentei-me ao computador. Escrevi uns mails. Li outros. Li os blogs do costume. Visitei os sites do costume. Conversei no msn com os suspeitos do costume. O que ficou por fazer? Nem mais... Os testes ainda não lhes toquei. É mesmo dia de greve.

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