A despedida

Finito.
Acho que foi a escola de que mais me custou sair. Acho que foi por me obrigarem a despedir-me de toda a gente na sala de Profs.
Eu não sou grande adepto de despedidas. Geralmente despeço-me das 3 ou 4 pessoas mais próximas e saio sem olhar para trás.
Desta vez puseram-se com as cenas do: "tem que se arranjar forma de tu ficares." "a A. é que podia meter atestado." "a P. não te arranja umas horas."
Não vêem que é mais fácil não se porem com essas fantasias? Clean break. É tipo arrancar um adesivo da pele. Rápido e sem contemplações. Podiam dar-me a hipótese de escolher os termos da saída, já que n controlo mais nada mas, nem isso.
Anyway, acabou.
Venha a próxima!

Surpresa II!

Na terça de manhã, chego à escola e diz a C. do meu grupo, hoje vais jantar comigo e com a E.. O meu pensamento imediato: "Olha mais uma surpresa! Estas pessoas não têm muito jeito para estas coisas..."
Ao almoço, se tinha duvidas, deixei de as ter. Fui almoçar com a C. e com a E. e no final do almoço a C. pega na agenda e põe-se a escrever qualquer coisa mas de forma a eu não ver e depois fala com a outra sobre o que estava a escrever de forma a eu n ouvir. Eu decidi não lhes estragar a brincadeira e fazer que continuava concentrado numa outra coisa qualquer.

Antes da Reunião de PAM(lixo) estava à porta da escola com a C. quando passa o M. e pergunta:
- Olá! Logo é às 20h30, não é!
- Deve ser mas... eu não sei de nada! Tens de perguntar aqui à C. que ela é que está a organizar.

A C. ficou pior que estragada. Tentou contar a toda a gente que a culpa era do M. mas eu fiz sempre questão de dizer que ela já tinha dado todas as pistas possíveis e que era impossível eu não saber.

Depois o jantar foi mt bom. Estava quase todo o meu grupo. E algumas das pessoas mais importantes dali, para mim. Faltaram alguns mas, com uma coisa organizada no próprio dia, fiquei feliz.

Obrigado a todos. Gostei muito! :)

Surpresa!

Na semana passada, senti uns burburinhos suspeitos nas aulas com a minha Direcção de Turma. Era mais que óbvio que eles me preparavam uma festa surpresa. Olhando para o horário tb era quase garantido que iam deixar para a aula de formação cívica.
Eu fiz a minha parte. No intervalo antes dessa aula costumo ficar a trabalhar na sala mas, desta vez, fiz de conta que tinha de ir lanchar e fui até à sala dos professores. Ver os meus alunos a desaparecerem do recreio antes de tocar para entrar, era mais uma razão para eu ter a certeza que algo se passava. Vou a subir as escadas e a funcionária diz-me que os alunos tinham ido todos embora. Abro a porta e Surpresa! quer dizer... era suposto ser surpresa mas foi um bocado óbvia.

Festinha com bolinhos, suminhos, batatinhas fritas.... que se podia esperar de adolescentes.?

Eis que, uma das alunas aponta para a secretária e diz:
- Stor, aquilo é para si! É de toda a turma.
Fui ver! Era um livro feito por eles com uma página por cada aluno com uma foto e uma dedicatória. Ok, confesso! SURPRESA! Tive a ler com eles, a agradecer a cada um deles.
Deram-me cabo da cabeça mas eu gostei deles.

São as hormonas, estúpido!

Na mesma turma do 9º ano, aqui há uns tempos aconteceu uma situação a que achei piada.
O J. e a M., supostamente, detestam-se. Passam a vida a pegar-se. Tratam-se como cão e gato. No outro dia, finalmente percebi porquê.
Apanhei o J a mirar a M de alto a baixo, por várias vezes. Basicamente tirou-lhe as medidas todas. Ora, eu nem tenho muito a ver com isso mas, como foi durante a minha aula e eu queria que ele estivesse a passar o que estava no quadro, tive que lhe chamar a atenção.
- Oh J., vê lá se te caem os olhos!!!
O miúdo, que geralmente é um bocadinho para o mal-criado, não acata nada à primeira e tem sempre o que dizer, meteu a viola ao saco e quando os colegas lhe perguntavam o que se tinha passado, ele respondia:
- Nada! Não foi nada!
No fim da aula, lá deve ter recuperado a sua personalidade, porque veio ter comigo e perguntou:
- Oh professor, porque é que me disse aquilo há bocado?
- J., não preciso de te dizer. Tu percebeste muito bem.
- Oh stor, sabe como é... Ela é qué boa...
- É por isso que passas a vida a tratá-la mal... Vais longe!

Será chuva ou será gente?

Ouvido de relance na aula de um dos meus nonos anos...
P: Eia! O chão até está branco da neve!
R: A sério?
J: Oh estúpidas! Isso não é neve! É granito!
Alguns: Ahahahah! Granito! Ahahaha!


Só alguns?!?!?! :s, :(

O último dos...

... descomprometidos!
Pelo menos, no meu grupo da Universidade. E trata-se de um grupo bastante alargado. O núcleo é de pessoal que foi caloiro comigo mas depois fomos englobando transferidos, irmãs, pessoal de outros cursos que conheciamos das respectivas terras e namoradas e namorados.
Entre ontem e hoje descobri que sou de toda essa gente o único que neste momento não namora. Não sei se me orgulhe ou desespere...
Acho que vou optar pela indiferença! :D Mas isto deve tornar os nossos encontros interessantes para mim. Tudo aos parzinhos e eu. Não seria a primeira nem a segunda vez...

Em dia de greve

Comecei por fazer a viagem que me leva para longe da minha casa. Deixei para trás os amigos, a família, os locais que costumo frequentar... Algo que faço, mais ou menos, de duas em duas semanas. Custa. Mas tem de ser. O local de trabalho fica a muitos quilómetros e se não trabalho, não há pão na mesa, nem conta dias de serviço...
O comboio estava repleto daquela gente que às vezes me causa espécie. Um puto chatérrimo que corria de um lado para o outro a bater com os pés, batia nas cadeiras, era eléctrico e tinha uma avó que ameaçava, ameaçava e dps n fazia nada. Um rouxinol loiro com as raízes com 10 cm negras, que tentava arranhar uns hits que nem dava para perceber direito qual era a música. Duas sinhoras que não sabiam bem se se comprava o bilhete dentro ou fora do comboio e que num dos sacos transportavam uma galinha. Felizmente, quase não me apercebi destas coisas pois passei quase toda a viagem a dormir. Como seria de esperar, dormir no comboio tem um belo de um resultado, dor de pescoço.

Chuva! O carro ficou suficientemente longe da estação para eu ficar como um pintainho. Ouvir aquelas bátegas de chuva contra o pára-brisas. Dirigir-me à escola só para ver como paravam as modas da greve e poder dizer: Quem? Eu? Trabalhar? Não! Eu estou em greve!

Alguma chuva fria depois na minha cabeça e cheguei à tabacaria. Tive a ver e a escolher postais para a colecção da AB. Já há algum tempo que tinha ficado de o fazer...

Voltei á escola. Fui à PCE esclarecer a minha situação. Tentar, pelo menos. A pergunta está feita. Falta a resposta. Daqui a uma semana estou desempregado. Claro que me causa ansiedade. Os horários na contratação de escola não têm abundado. Espero que estejam todos à espera que eu acabe este contrato. Vida desgraçada!
Dei uma trabalhadela muito rápida. Telefonar a uma mãe da minha Direcção de Turma não é furar a greve. É responsabilidade. Era um assunto para amanhã.
Saí da escola. Lembrei-me da pilha de testes que tinha no carro para corrigir. Já tinham feito quase 800 km no fim de semana para eu não os tirar do saco. Mais umas horas de espera não lhes faria muito mal.
Fui à praia. Em dias de chuva o mar fica revolto, cheio de força e fúria como se tudo quisesse destruir. Quando lá cheguei, a chuva havia parado. Estava um Sol acanhado que ainda tornava o quadro mais perfeito do que tinha imaginado. Andei pela areia quase uma hora. Soube-me tão bem o tempo só para mim. Ver a luta entre a água e a areia. É deveras impressionante. O tempo voltou a azedar. Os meus óculos começaram a embaciar. O vento fazia-se sentir e o meu casaco já de pouco servia. Estava na hora de abandonar a praia. Quando subia as escadas, a chuva voltou a aparecer. Mais uma vez em força.

Obrigações. Tive de passar o resto do dia em casas da especialidade da informática. Comparar preços, tamanhos, marcas, capacidade... quase me estragava o dia. Demorou mt mais do que esperava. Voltei para casa tarde. Um dos de cá de casa mandou mensagem a dizer que n jantava. Não há nada para comer. E eu que estive no shopping... Esperei pelo outro. Optamos pelos ovos e arroz. Jantamos tarde e a más horas. Lavamos e arrumámos a loiça. Sentei-me ao computador. Escrevi uns mails. Li outros. Li os blogs do costume. Visitei os sites do costume. Conversei no msn com os suspeitos do costume. O que ficou por fazer? Nem mais... Os testes ainda não lhes toquei. É mesmo dia de greve.

Passagem de Ano

Depois de um abraço ao meu melhor amigo ao bater das badaladas, deixou-o com a patroa que já devia estar farta de me ter ali e abalei para casa de outra grande amiga.
Madrugada preenchida por singstar e buzz regada com suminho e cerveja... Foi soft mas bem agradável.

Para dizer a verdade, a minha cabeça estava noutro lugar. Nos dias anteriores ao novo ano, a S. pediu o meu auxílio. Queria fazer uma noite diferente com o namorado. Lá lhe mostrei uns excertos do 9 semanas e meia no youtube e a convenci que o jovem ia adorar uma coisa do género. Ajudei-a com a escolha de músicas. Foram momentos engraçados esses que partilhamos. Depois fiquei a torcer por que tudo lhe corresse bem.
Já falei com ela entretanto e parece que ajudei um bocadinho a fazer da noite inolvidável. Fico tão feliz pelas pessoas de que gosto! :)

Greve

...apesar de parecer, não é ao blog.

Na segunda feira os profs estão em greve.
Eu estou na luta. Faço greve, faço tudo o que nao tenha implicações no meu consurso. Não podemos continuar a deixar-mo-nos levar pelos políticos.
Foi com grande mágoa que há uns anos assisti à passividade com que foi aceite o ECD. Ao contrário de mim, ng se insurgiu. Muito poucas vozes se fizeram ouvir. Eu ainda estava de fora. Apenas reclamava em conversas de café.
Assim, quase que digo, abençoada avaliação! Teve o condão de pôr a classe a mover-se. Protestar, manifestar, marchar, contestar... tudo por uma carreira melhor, um estatuto, um ensino melhor, uma escola pública melhor.
Agora, está na altura de contar espingardas. Não podemos desperdiçar o que fizemos até agora. Uma adesão em massa dá força à nossa luta. Uma fraca adesão, mina completamente o que tem sido feito nesta matéria. O governo vai fragilizar ainda mais a nossa posição junto à opinião pública.
Temos que nos unir. Não podemos deixar que a desinformação e a contra-informação vinda do ministério e mesmo dos sindicatos nos cause qualquer tipo de temor. Não à entrega de objectivos e tudo o que advenha deste modelo.
Que assim de tão grave nos poderá acontecer? Processo disciplinar? Perda de tempo de serviço? Desconto de um dia de trabalho devido à greve?
Façam uma pergunta a vocês próprios... Eu estou no Ensino para ficar? Se a resposta for sim, então pensem quantos anos cá vão estar... E pensam se as consequências deste modelo não são bem piores do que qualquer coisa que nos possa acontecer este ano.
O tempo é de "guerra" e, nestas alturas, tem que se fazer escolhas difíceis. Não duvido que o dinheiro faz falta. Que o medo de haver consequências para concurso, progressão na carreira também é grande. No entanto, se pensarem nos milhares que vão perder durante a carreira por estarem presos na categoria de professor por não haver vagas para professor titular, vão ver que não será um sacrifício assim tão grande, nem uma escolha assim tão difícil.

Icon - Better Left Unsaid

Como é óbvio, o nome do blog e o nick que aqui vos escreve tinham de vir de qualquer lado...

Primeiro post de 2009

é o chamado post da praxe.

2008 acabou em beleza com os amigos de sempre. Os amigos que me recarregam as baterias. O jantar do último fim de semana foi fantástico... Nunca me esquecerei daquela história do chouriço...
O balanço de 2008 é positivo. Claro que teve coisas menos boas... mas agora não vale a pena falar nisso...

Desejo-vos a todos, eu incluído, um "awesome" 2009, cheio de tudo aquilo que merecem.